No âmbito das problemáticas sexuais, é fundamental esclarecer-se que nem todas as “dificuldades” emergentes se assumem como “disfunções sexuais”. Mas então, como distinguir se estamos perante dificuldades sexuais ou disfunções sexuais?
Sentir, por exemplo, um decréscimo no desejo sexual numa fase de vida particularmente stressante, ou dificuldades de excitação e de orgasmo quando as preocupações do dia-a-dia tomam conta dos pensamentos no decorrer do envolvimento sexual, são situações que quando acontecem pontualmente, não devem ser motivo de grande preocupação. São muito provavelmente dificuldades casuais, comuns à maioria das pessoas, numa ou noutra altura das suas vidas.
Por outro lado, já quando este tipo de dificuldades tendem a instalar-se, surgindo persistentemente ao longo do tempo, causando sofrimento e limitando a experiência sexual, é bem possível estarmos perante uma “disfunção sexual”. E nestes casos é importante proceder-se a uma avaliação cuidada da situação. Clinicamente, a designação de “disfunção sexual” traduz “um problema ou uma dificuldade no âmbito da experiência sexual, individual ou relacional, que se manifesta de forma continuada e recorrente ao longo do tempo, causando acentuado sofrimento pessoal e relacional, e impedido a vivência sexual satisfatória”. Nestas situações, uma avaliação clínica especializada, médica e/ou psicológica, é fundamental.
Convém ainda acrescentar, que mesmo as situações passageiras não estão isentas de poderem ter um impacto negativo, individual e relacional, e comprometer a resposta sexual naquele envolvimento e/ou nos próximos. A forma como as pessoas, individualmente e a dois, reagem à situação e lidam com ela, emocional, cognitiva e comportamentalmente, será determinante na evolução da situação.
Em qualquer dos casos, se sente dificuldades, procure ajuda especializada. No que respeita à resposta médica, consulte o seu médico de família ou médicos especialistas. Se for mulher aconselhe-se com a sua Ginecologista, e se for homem com o seu Andrologista ou Urologista. No que respeita à ajuda psicológica, consulte um terapeuta sexual ou um psicólogo com formação específica na área.